O Empreendimento

Em 1983, a Construtora Marajá, responsável pela construção do Solaris da Torre, apresentando problemas de capital de giro, passou a “perder o pique das obras”. “Corremos o risco de ver todos os nossos sonhos e projetos de aquisição da casa própria ir por água abaixo, se o nosso empreendimento fosse incorporado à massa falida da construtora”. Um grupo de  cooperativados liderados pelo prof. Darcy Pereira, com muita luta e determinação, impediu a incorporação, para que o condomínio não virasse um monstro de concreto abandonado. Finalmente, conseguiu-se o “habite-se”. Com o dinheiro do seguro, no valor de 110 milhões de cruzeiros, foram reiniciadas as obras de acabamento dos 1232 apartamentos de um, dois e três quartos. Além da  criação de uma comissão fiscal, para acompanhar os trabalhos, foi também criada, mais tarde,  a Associação dos Condomínios Solaris da Torre – Consol – com objetivo de administrar as partes comuns do núcleo habitacional. A Cooperativa, por sua vez, completou sua função de entregar as unidades aos respectivos proprietários.  Em virtude de problemas operacionais, a Consol foi extinta no no final dos anos 80, início dos 90, quando a CHBM resolveu reassumir as suas funções de prestação de serviços aos cooperativados e administração das partes comuns do núcleo habitacional, incluindo aluguel de lojas e realização de benfeitorias.

O Solaris da Torre é, talvez, o maior e mais belo condomínio da zona norte. Localizado nas proximidades do maior estádio de futebol – o Maracanã, bem servido por uma vasta rede bancária, restaurantes, lanchonetes, Shopping Iguatemi, rede de supermercados, postos de gasolina, hortifrutis, farmácias, padarias, hospitais, igrejas, casas de saúde, clubes recreativos e sociais, entre outros, representa um privilégio para os que moram nesse grande condomínio.  Com um serviço de transportes urbano, em conexão com o metrô, além de táxis e vans, oferece aos moradores do Solaris e bairros circunvizinhos, melhores opções de transporte coletivo para os moradores.

O Solaris tem 8 blocos de edifícios com 14 andares, num total de 1.232 unidades habitacionais, construídos numa área de 120 mil m2, bem distribuídos. Os tijolos aparentes predominantes em toda a área construída são reminiscências da antiga fábrica construída no século XIX, para dar um pouco de originalidade aos moldes das construções inglesas da era industria. Todos os edifícios do Solaris têm salão de festa e churrasqueira. Cercado de áreas verdes, tem o privilégio de ser servido pela a maior floresta urbana do mundo – a Floresta da Tijuca – uma região da Mata Atlântica, com 3.300 hectares – cerca de quatro mil gramados do estádio do Maracanã juntos.  Tem ainda a reserva florestal do Grajaú, fruto de um reflorestamento, e que representa importante meio de prevenção de deslizamentos que ocorriam anteriormente no local, além de representar uma importante área de lazer para os moradores.

Nestes 27 anos de fundação os moradores do Solaris da Torre participaram de vários eventos que ficarão marcados em suas vidas e na história deste belo condomínio. Entre outros, podemos destacar a inauguração da Escola Municipal João Goulart, em que tiveram presentes o governador Leonel Brizola, o prefeito Marcelo Alencar e a ex-primeira dama Maria Thereza Goulart (12/06/1984); e um debate sobre a Constituinte com a presença de vários candidatos, promovido pela Consol (associação de moradores do Solaris, que foi autorizada pela Cooperativa para administrar as lojas, o clube e as partes comuns do núcleo habitacional, de 1984 a 1988) e a Amarai – Associação de Moradores e Amigos do Andaraí, evento realizado no dia 25/09/1986.

Eis aqui alguns dos muitos eventos marcantes realizados nas duas primeiras administrações do Condomínio Solaris da Torre e que foram publicados no Informativo Solaris da Torre e que tiveram repercussão dentro do Condomínio e nos bairros circunvizinhos:

01 – “Cooperativa recebe 110 milhões de seguro” (nº 3 – jun/84)
02 – “Festa de confraternização nos edifícios do Solaris” (nº 3 – jun/84)
03 – “Equivalência salarial no reajuste da casa própria” (nº 4 – jul/84)
04 – “Solaris faz sua primeira festa junina” (nº 4 – jul/84)
05 – “Noite de seresta no Solaris com participação das Gatas” (nº 4 – jul/84)
06 – “Escola João Goulart poderá ser modelo do município” (nº 4 – jul/84)
07 – “Consol tem novos diretores” (nº 9 – abr/85)
08 – “Festa junina: tradição imorredoura” (nº 10 –  jun/85)
09 – “Solaris tem novos nomes para as ruas” (nº 11 – jul/85)

Faz-se necessário despertar a autoestima de muitos moradores deste Condomínio, que utilizam o Solaris apenas como dormitório. Pouco sabem do valor histórico-cultural do bairro e do Condomínio que habitam. O Andaraí foi o bairro carioca onde mais se construiu fábricas, deu emprego para a população e contribuiu para o desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro e do País. Embora seja tido como o primo pobre dos vizinhos Vila Isabel, Tijuca e Grajaú, o bairro é mais antigo do que os três e  já foi um dos locais mais aristocráticos do Rio. Era aqui que a elite carioca tinha suas casas de veraneio, para onde iam os ricos quando queriam fugir do movimento do Centro. Era o refúgio predileto de figuras ilustres como o Duque de Caxias, o Conde de Bonfim e o Barão de Mesquita. No entanto, Muitos moradores

Fonte: Página do Condomínio dos edifícios Andrômeda e Antares


Rua Prefeito Serzedello Correa
(Andaraí – Anos 10)

Nesta foto de Augusto Malta (estima-se ser registrada no ano de 1915), temos uma diversidade de informações, na divisa dos bairros Vila Isabel e Andaraí.
Nesta foto de Augusto Malta (estima-se ser registrada no ano de 1915), temos uma diversidade de informações, na divisa dos bairros Vila Isabel e Andaraí.

Primeiramente, podemos observar a pacata Rua Prefeito Serzedello Correa (em homenagem ao prefeito do Distrito Federal, Inocêncio Serzedello Correia), que começava no bairro projetado de Vila Isabel e se estendia até a antiga Estrada do Andarahy, no bairro do Andaraí. Anos depois, foi renomeada para Rua Barão de São Francisco, em homenagem ao primeiro barão com grandeza de São Francisco, Joaquim Inácio de Siqueira.

No canto esquerdo inferior, na esquina com a antiga Praça 7 de Março (rebatizada como Praça Barão de Drummond, em 1909), encontra-se uma edificação seguida de quatro casas germinadas. Atualmente, encontra-se uma padaria no local e as casas, apesar de sofrerem modificações, duas delas ainda permanecem com o muro no tamanho original. 

Mais a frente, á esquerda da Rua Prefeito Serzedello Correa, situava-se um campo de futebol pertencente à Fábrica Têxtil Cruzeiro (Atual Condomínio Tijolinho). 
Naquela época, era comum a constituição de agremiações recreativas para os funcionários – tendo o futebol como modalidade principal – ao redor das fábricas. 

A Fábrica Cruzeiro, administrada pela Companhia América Fabril, organizou em 09 de novembro de 1909, um clube esportivo denominado Andarahy Athletico Club. A praça de esportes era conhecido como Campo da Rua Prefeito Serzedello Correa 195 ou Campo Barão de São Francisco.
O time do Andarahy extinguiu-se, em1961, ao vender o seu campo para o América Football Club por CR$ 60 milhões, que passou a chamá-lo de Estádio Volney Braune. Em 1977, o estádio foi ampliado e reinaugurado, recebendo os jogos do América até o ano de 1993, quando foi vendido por US$13 milhões para uma empresa, que ergueu o Shopping Iguatemi (Atual Boulevard Rio Shopping).

Nota: 
– Há registros de que o time Parc Royal Football Club (Progresso Football Club), criado por funcionários da renomada loja de modas e tecidos Parc Royal, chegou a utilizar o campo nos anos 10 para algumas partidas oficiais.
– Provavelmente, esta foto foi tirada na antiga capela Nossa Senhora de Lourdes, onde atualmente encontra-se o Convento de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda, situada na Praça Barão de Drummond.

Para ver esta foto em resolução maior, clique no link: goo.gl/JE3n3b

Fonte: Marcello Ferreira (Texto) | Augusto Malta (Foto)
Pesquisa: Site Basílica Nossa Senhora de Lurdes | Artigo da FUCAMP: Tempo de Dondon | Blogs: Moda Histórica; Torcida do Vasco; Cacellain. — emAndaraí – RJ. Facebook: A Tijuca de antigamente

Estádio Wolney Braune
Estádio Wolney Braune, antigo campo do Andaraí. Ao fundo, Igreja Santo Antônio de Lisboa. Foto de André Luiz Pereira Nunes
Vista geral da Fábrica Cruzeiro
Vista geral da Fábrica Cruzeiro (Andaraí 1911) atual condomínio Solares da Torre, pode-se ver a chaminé e a torre do relógio que foram preservados.
Vista atual Condomínio Solares da Torre ao centro no terreno da antiga fábrica.